Sem meias palavras: 2020 foi um ano difícil. Mesmo para uma empresa que conta 75 anos de história. Basta ver que, nesta sua longa caminhada, apenas dois anos foram encerrados sem crescimento. O ano passado, subjugado à pandemia, foi um deles.
Mas a capacidade de evolução é um músculo desenvolvido pela experiência. Em entrevista ao Check-up, José Carvalho, administrador da Romafe (cargo que partilha com Mónica França e José Vaz) garante que o “conformismo” nunca fez parte do ADN da empresa.
A Romafe celebrou 75 anos em 2020, um dos períodos mais difíceis das nossas vidas. Como foi a adaptação da empresa a esta nova realidade? O facto de ter uma história tão longa ajudou a lidar com este contexto pandémico?
Ao longo da nossa história, apenas em dois anos não se verificou um crescimento da empresa. 2020 foi um desses anos, mas não perdemos a nossa estabilidade economico-financeira. Claro que a experiência e conhecimento que adquirimos ao longo do tempo são fundamentais para lidar com crises profundas como a que ainda estamos a viver.
Mas, acima de tudo, conseguimos manter a confiança da parte dos nossos colaboradores e parceiros de negócios.
Como tem a empresa conseguido manter os serviços de apoio técnico e de proximidade com os clientes durante a pandemia?
Como é normal, esta crise pandémica diminuiu drasticamente o contacto físico em todos os setores de atividade.
Na Romafe, tivemos de nos adaptar, nunca pondo em causa a saúde e a segurança de colaborares ou clientes, mas, também, garantindo o apoio técnico necessário, pois sabemos que as empresas não podem parar, pelo menos no que depender de nós.
A capacidade de superação e evolução, bem como a confiança dos parceiros, tem sido um dos grandes trunfos da Romafe ao longo da sua história. Diria que estas virtudes ganham ainda mais importância no período que vivemos?
É fundamental uma empresa evoluir sempre, seja em que contexto for, porque sabemos que, se pararmos, haverá quem não o faça. Na minha opinião, esta situação apenas veio acelerar algumas mudanças. Claro que ter essa capacidade de adaptação, aliada a uma relação próxima com parceiros, faz toda a diferença.
A especialização é outra das mais-valias…
Ser especialista numa área de atividade e oferecer serviços de “A” a “Z”, pensados para cada cliente, é, sem dúvida, uma mais-valia sempre. Quanto melhor formos, mais difícil será substituírem-nos. E quanto melhor conhecermos o setor, mais fácil será adaptarmo-nos.
A pandemia obrigou a redefinir a estratégia da empresa?
A empresa tinha planos e metas traçadas. Claro que foi necessário reajustar e ter uma atitude mais prudente. Não mudámos a estratégia, mas tivemos de adaptá-la à conjuntura atual, a qual ninguém poderia prever.
Internamente também houve algumas mudanças. Qual foi o objetivo?
A Romafe investiu num novo armazém para o setor automóvel, bem como em pessoas capazes e conhecedoras do ramo. Qual é o objetivo? Termos uma palavra a dizer na área. E, isso, seria impossível sem recursos, pessoas e parceiros.
Cumpridos cinco meses de 2021, é possível fazer já um balanço? Existe uma maior confiança do setor? Prevê que o segundo semestre seja positivo?
Essa confiança começou-se a sentir-se no início do segundo trimestre do ano. Desde aí, temos notado um mercado mais animado e o futuro prevê-se que seja de crescimento.
A Romafe tem apostado forte na área automóvel. Quanto representa esta área para a empresa? E até onde poderá crescer?
Ao longo dos anos, a Romafe é tradicionalmente associada somente ao setor da indústria. O objetivo tem sido fazer essa dissociação e passa por criarmos uma imagem sólida no mercado, e, consequentemente, crescer. Até onde? Não saberemos, mas a cultura da empresa não passa por conformamo-nos.
Neste campo têm estabelecido parcerias nos lubrificantes (Rowe) e, mais recentemente, com a Valeo, para a comercialização de embraiagens e kits de escovas. Qual a importância destas duas marcas, bem como de outras, para a Romafe?
A Romafe tem parceria ibérica exclusiva com a marca de óleos Rowe para a comercialização dos seus produtos, tanto no setor da indústria como automóvel. Por isso, é uma parceria importante e que tem dado os seus frutos.
Também estabelecemos parceria com a UFI, especialista em filtragem. Mais recentemente, com a TRW, marca consolidada na produção de sistemas de travagem, e com a Valeo, que prima por elevados padrões de qualidade e que dispensa apresentações.
Qual a importância da relação com a SKF?
É uma marca nossa parceira já há vários anos, também no setor da indústria. Sendo nós uma empresa que revende produtos e que serve os clientes também com um produto associado, termos parcerias de confiança é crucial, como é o caso.
A ideia é diversificar ainda mais as áreas de atuação?
Como disse, o objetivo passa por ganhar ainda maior solidez. A empresa tem-se diversificado através de parcerias com novas marcas. Mas fá-lo de uma forma estratégica e ponderada, sabendo que diversificar sem antes sermos especialistas nessa área de atuação, de pouco adianta.
Que novidades podemos esperar da Romafe na área automóvel?
Mais do que esperar novidades, pode-se esperar uma empresa assente em valores dos quais não abdica e que, além de vender produtos, fornece soluções adaptadas a cada cliente. Para nós, esse é o verdadeiro significado de “parceiro”, onde existe valor agregado e um crescimento mútuo.