Fornecedores europeus alertam para risco de perda de competitividade

AFIA e CLEPA pedem ação urgente para evitar perda industrial na Europa, com custos, margens e concorrência chinesa a pressionar o setor.
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A AFIA associa-se ao alerta lançado pela CLEPA sobre o “risco crescente de perda de competitividade na indústria europeia de componentes para automóveis”, avança a associação, em comunicado.

A AFIA defende “medidas coordenadas que reforcem o investimento, a inovação e a criação de emprego, garantindo que empresas portuguesas e europeias mantêm capacidade produtiva e tecnológica num cenário global mais exigente”.

“Europa continua atrativa”

Segundo o mais recente CLEPA Pulse Check, a “pressão sobre margens, o custo da energia e a concorrência internacional — especialmente da China — estão a limitar o potencial de crescimento e inovação”.

Benjamin Krieger, secretário-geral da CLEPA, sublinha que a “Europa continua atrativa, mas precisa de reduzir custos elétricos, simplificar processos, melhorar financiamento e adotar políticas de conteúdo local que mantenham conhecimento crítico no continente”.

E reforça: “Um quadro regulatório neutro e flexível é apontado como a chave para estimular a descarbonização e garantir uma transição bem-sucedida”.

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José Couto, presidente da AFIA, por sua vez, lembra que “Portugal tem uma base industrial fortemente integrada nas cadeias de valor europeias e que o setor tem investido em inovação, qualificação e descarbonização”.

Mas alerta para a “necessidade urgente de regras equilibradas de concorrência internacional e de energia a custos competitivos, sob risco de perda gradual de capacidade produtiva construída ao longo de décadas”.

O inquérito revela que a “maioria dos fornecedores opera com margens inferiores a 5%, nível considerado apenas suficiente para suportar investimentos essenciais em tecnologia e desenvolvimento”, revela a associação.

“Sem medidas adicionais, o cenário poderá prolongar-se até 2026, afetando projetos de expansão, I&D e digitalização. A competitividade é, hoje, o principal desafio para 86% das empresas, reforçando a importância de um ambiente regulatório estável e favorável ao investimento”, diz.

Concorrência chinesa

“A concorrência chinesa ganha força, com 69% das empresas europeias já expostas a importações mais competitivas — um aumento de 12 pontos face à primavera”, afirma a mesma fonte, em comunicado.

Três em cada quatro esperam agravar-se esta pressão. A CLEPA e a AFIA defendem, por isso, “políticas que estimulem inovação, diferenciação tecnológica e condições de mercado equilibradas”, acrescenta.

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