O catalisador é dos componentes mais sensíveis do sistema de escape. A sua missão é transformar gases nocivos — como monóxido de carbono, óxidos de azoto e hidrocarbonetos — em emissões menos poluentes. No entanto, com o tempo, o catalisador acumula resíduos, perde eficiência e acende o temido aviso de avaria no painel. Surge, então, a dúvida: é possível recuperá-lo ou só a substituição resolve? Vamos por partes.
Perda de desempenho?
Em muitos casos, a perda de desempenho do catalisador não significa necessariamente o seu fim de vida. A acumulação de fuligem, óleo ou partículas não queimadas pode ser responsável pela obstrução.
A limpeza química ou térmica, feita com equipamento especializado, pode restaurar parte da capacidade de fluxo e reduzir a contrapressão. Existem oficinas equipadas com sistemas de lavagem por pressão e produtos específicos que permitem remover os resíduos internos sem danificar o revestimento cerâmico.
Contudo, é essencial identificar a causa da contaminação antes de qualquer tentativa de regeneração. Um motor a consumir óleo, um injetor a pingar ou uma má combustão podem voltar a danificar rapidamente o catalisador limpo. Se o núcleo cerâmico estiver derretido ou fisicamente danificado, não há limpeza que o salve — só a substituição garante o restabelecimento do desempenho.
Degradação profunda?
A regeneração é uma alternativa viável quando o catalisador ainda mantém a sua estrutura intacta e o problema é, sobretudo, de entupimento. Além de mais económica, evita desperdício e reduz o impacto ambiental. No entanto, deve ser feita por profissionais com equipamento adequado e diagnóstico preciso, pois o risco de danos adicionais é real.
Em síntese, recuperar um catalisador é possível, mas nem sempre sensato. O segredo está em avaliar bem o estado interno e as causas do problema. Quando a estrutura está intacta, a limpeza pode devolver-lhe nova vida; quando há degradação profunda, substituir é o único caminho para garantir emissões limpas e um motor a “respirar” bem.