As exportações portuguesas de componentes para automóveis “recuaram 3,9% em julho de 2025, ficando abaixo da fasquia dos mil milhões de euros”. A descida, divulgada pela AFIA com base nos dados do INE, reflete o impacto da instabilidade na produção automóvel europeia, mas, ainda assim, o “setor revelou maior resistência do que as exportações nacionais no seu todo, que caíram 11,3% no mesmo período”, revela a associação, em comunicado.
Europa como destino
No acumulado de janeiro a julho, as vendas de componentes para automóveis “somaram 7.225 milhões de euros, menos 2,5% face a igual período do ano passado”, adianta a AFIA. A Europa manteve-se como principal destino,” absorvendo 88,3% das exportações, ainda que com uma ligeira quebra de 2,4%”, diz. Já os mercados de África e Médio Oriente, destacaram-se pelo crescimento, com uma “subida conjunta de 18,8%”.
Entre os parceiros comerciais mais relevantes, Espanha consolidou a liderança, representando 29,4% das exportações e crescendo 2,7%. Pelo contrário, Alemanha e EUA registaram quedas acentuadas, de 10,8% e 13,6%, respetivamente. Em sentido contrário, a Roménia e Marrocos foram protagonistas de fortes subidas, tornando-se destinos cada vez mais relevantes para a produção nacional, com aumentos de 38,4% e 32,3%.

Conjuntura adversa
Apesar deste desempenho relativamente sólido, a indústria enfrenta fortes desafios. José Couto, presidente da AFIA, sublinha que os “custos de energia, a pressão da transição para a mobilidade elétrica, a instabilidade nas cadeias globais e as taxas impostas pelos EUA colocam em causa a competitividade do setor”.
E preconiza: “É fundamental que as políticas públicas apoiem o investimento e a inovação para que possamos continuar a ser competitivos a nível europeu e global”.
A associação lembra que, “apesar da conjuntura adversa”, o setor de componentes para automóveis “continua a ter um papel estratégico na economia portuguesa”.
A aposta em inovação, tecnologias ligadas à mobilidade elétrica e políticas públicas de apoio à indústria são apontadas como essenciais para que Portugal mantenha a sua posição de fornecedor de referência no mercado internacional.
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