Start-stop não perdoa erros de bateria

Substituir uma bateria em carros com start-stop exige atenção. Confundir AGM com EFB pode trazer problemas logo ao virar da chave.
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Trocar uma bateria parece uma operação simples. Mas, nos veículos equipados com sistema start-stop, essa simplicidade desaparece. Cada vez mais carros utilizam baterias específicas – AGM (Absorbent Glass Mat) ou EFB (Enhanced Flooded Battery) – e colocar a errada pode causar falhas imediatas ou desgaste prematuro.

Saber identificar rapidamente que tipo de bateria está montada é essencial para qualquer mecânico. A boa notícia é que há formas simples de fazê-lo, começando pela etiqueta da própria bateria, onde, normalmente, está identificado o tipo (AGM ou EFB), a tensão, a capacidade (Ah) e a corrente de arranque (CCA).

Descargas profundas

As AGM são seladas, sem manutenção, e têm normalmente uma caixa mais robusta. Estão desenhadas para suportar descargas profundas e ciclos de carga mais frequentes, sendo usadas, sobretudo, em veículos com sistemas start-stop mais exigentes, regeneração de energia na travagem ou elevado consumo elétrico em repouso.

Já as EFB, mais económicas, também são reforçadas em relação às baterias convencionais, mas não lidam tão bem com descargas extremas. São indicadas para sistemas start-stop de entrada de gama ou utilização menos intensa.

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O erro comum? Trocar uma AGM por uma EFB, por engano ou por querer reduzir custos. A curto prazo, o carro pode funcionar. Mas, rapidamente, surgem sintomas como o start-stop a deixar de funcionar, falhas na carga ou mesmo mensagens de erro no painel.

Evitar surpresas

Muitos veículos modernos exigem que a nova bateria seja codificada ou registada na centralina, para que o sistema de gestão de carga se ajuste aos novos parâmetros. Ignorar este passo pode levar o alternador a carregar incorretamente, reduzindo a vida útil da bateria nova.

Outro sinal de alerta: não confiar apenas no aspeto físico da bateria. Alguns modelos EFB e AGM são visualmente semelhantes. Confirmar sempre com o catálogo do fabricante ou através do número de peça é um bom hábito que evita surpresas.

No final, este é um daqueles casos em que conhecimento técnico e atenção ao detalhe fazem toda a diferença. Com os sistemas elétricos a assumirem um papel cada vez mais essencial nos veículos modernos, saber escolher e montar a bateria certa já não é um extra — é parte do serviço de qualidade que os clientes exigem.

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