“Comissão Europeia não deve perder rumo”, alerta EPCOL

Associação quer que Bruxelas mantenha o foco quanto aos combustíveis renováveis e de baixo carbono, de modo a não perder o seu próprio rumo.
Check-up Media Competitiveness Compass

A Comissão Europeia anunciou, anteontem, a publicação do Competitiveness Compass para a UE (Uma bússola para a competitividade). Trata-se de um plano de ação proposto em resposta direta às recomendações feitas no Relatório de Mario Draghi, estabelecendo a competitividade como um dos princípios fundamentais de ação da UE, prosseguindo dois objetivos gerais.

“Identificar as mudanças políticas necessárias para que a Europa avance mais rapidamente. Isto significa atualizar algumas políticas e mudar a direção de outras para se adaptarem às novas realidades”, avança a associação de Empresas Portuguesas de Combustíveis e Lubrificantes (EPCOL), em comunicado.

“Desenvolver novas formas de trabalhar em conjunto para aumentar a velocidade e a qualidade da tomada de decisões, simplificar as estruturas e regras, bem como ultrapassar a fragmentação, em torno de três pilares: Fechar a lacuna na inovação; Um Roteiro Conjunto para a Descarbonização e a Competitividade; Aumentar a segurança, reduzindo as dependências excessivas”, revela a EPCOL.

Plano de ação

“O Competitiveness Compass, propõe, assim, uma nova abordagem à competitividade, combinando políticas industriais, investimentos e reformas, unidos em torno de uma visão comum, enquadrando o trabalho da Comissão durante todo este mandato, sendo, portanto, um documento importante para compreender o rumo da formulação de políticas da UE nos próximos cinco anos”, adianta a EPCOL, no mesmo documento.

A FuelsEurope divulgou a sua posição, com a qual a EPCOL concorda plenamente, através de um press release no qual aplaude a “mudança de atitude” da Comissão Europeia para garantir o futuro da UE enquanto potência económica e destino de investimento, tal como delineado no Competitiveness Compass, “mas reitera a necessidade de ser reconhecida a urgência de se desenvolver um plano de ação estratégico para o setor dos combustíveis líquidos”, salienta.

Check-up Media EPCOL

“O setor da produção de combustíveis é essencial para a segurança energética da Europa, a mobilidade acessível, as cadeias de valor industriais competitivas, o fornecimento de combustíveis para todos os modos de transporte e matérias-primas para petroquímica e ainda outras utilizações”, afirma a EPCOL.

“Reconhecendo, com agrado, que os combustíveis renováveis e de baixo carbono estão considerados entre os componentes essenciais na transição para uma economia sustentável e competitiva no âmbito da mobilidade, e que este reconhecimento marca um passo em frente, é de lamentar que não seja considerada uma abordagem tecnologicamente neutra, limitando-se a alteração visada a apenas reconhecer os e-combustíveis, negligenciando os biocombustíveis sustentáveis e outras fontes de baixo carbono e soluções renováveis”, acrescenta.

Estratégia clara

De modo mais geral, a FuelsEurope está “preocupada” com a ausência de um plano de ação estratégico dedicado à indústria da refinação e produção de combustíveis, entre os setores listados no Competitiveness Compass.

“Sem este plano, corremos o risco de pôr em perigo a transição energética da UE, aumentar as dependências externas e perder oportunidades na corrida global por tecnologias limpas, todas elas descritas como objetivos e motores fundamentais do Competitiveness Compass”, alerta.

“O nosso setor desempenha um papel vital na obtenção dos objetivos da EU, não só na descarbonização dos transportes, mas, também, na criação de emprego, na inovação e na segurança energética”, diz.

É crucial uma estratégia clara e com visão de futuro, para desbloquear investimentos e garantir a competitividade da produção de combustíveis de baixo carbono”, remata a EPCOL.

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