“No primeiro semestre de 2023, a ZF manteve-se firme num ambiente de mercado globalmente desafiador e volátil”, garante a empresa, em comunicado. Nos primeiros seis meses deste ano, a ZF gerou vendas de 23,3 mil milhões de euros (21,2 mil milhões de euros em 2022), um aumento de cerca de 10% face ao período homólogo do ano anterior. O EBIT ajustado totalizou 941 milhões de euros (851 milhões de euros em 2022), equivalente a uma margem EBIT ajustada de 4% (igual à do ano passado).
“O ambiente económico no primeiro semestre de 2023 foi difícil novamente e caracterizado por muitas incertezas”, disse o diretor financeiro da ZF, Michael Frick (na imagem acima), ao apresentar os resultados do semestre na passada quarta-feira, dia 2 de agosto.
“A inflação elevada e as consequências da guerra em curso na Ucrânia são alguns dos desafios que a ZF e toda a indústria automóvel continuam a enfrentar. Além disso, a incerteza em torno do desenvolvimento dos mercados mundiais afeta toda a economia. Neste contexto, é ainda mais importante industrializar os nossos produtos futuros importantes estrategicamente e trazê-los para o negócio operacional. Assim, podem fornecer o valor correspondente aos nossos ganhos”, acrescentou.
Índices financeiros estáveis
De janeiro a junho de 2023, a empresa de tecnologia gerou vendas de 23,3 mil milhões de euros (21,2 mil milhões de euros em 2022), representando um aumento de 10% (aumento de 11% quando ajustado para efeitos cambiais, fusões e aquisições) em relação ao mesmo período do ano anterior. A empresa reportou um EBIT ajustado de 941 milhões de euros (851 milhões de euros em 2022).
Tal corresponde a uma margem EBIT ajustada de 4% (igual à do ano passado). O fluxo de caixa livre ajustado é de menos 525 milhões (menos 630 milhões de euros em 2022). Os investimentos mais elevados em ativos fixos por comparação com o ano anterior, bem como o lançamento de novos produtos, foram dos principais impulsionadores do desenvolvimento do fluxo de caixa.
Mercado desafiador
“Num ambiente de mercado desafiador, afirmamos o nosso desempenho com números dentro das nossas expectativas. Apesar da inflação elevada e dos custos com I&D mais elevados, conseguimos atingir a nossa meta de lucros”, sublinhou Michael Frick.
“Apesar de ainda não estarmos satisfeitos com os resultados financeiros e de os próximos seis meses não serem fáceis, estamos confiantes de que vamos cumprir as nossas metas anuais apresentadas no início do ano”, revelou.
“Confirmamos as nossas previsões para o ano inteiro, uma vez que continuamos a seguir as medidas apresentadas na mesma altura. Alcançaremos as nossas metas anuais reduzindo ainda mais os custos, mitigando os efeitos da inflação por intermédio de discussões cooperativas com os clientes e otimizando os nossos stocks. Gostaria de agradecer aos colaboradores da ZF pelo empenho, que tornou este resultado possível num ambiente difícil”, disse.
À luz dos desenvolvimentos até à data e apesar do aparente “arrefecimento” da procura global de veículos de passageiros, a ZF mantém as suas previsões para o ano inteiro.
A empresa continua a esperar um crescimento moderado nas vendas do grupo em 2023, para mais de 45 mil milhões de euros. Esse crescimento de vendas deve levar a uma margem EBIT ajustada entre 4,7% e 5,2%. Prevê-se que o fluxo de caixa livre se situe entre mil milhões de euros e 1,5 mil milhões de euros.
A base de capitais próprios mantém-se estável: devido a inventários de materiais mais elevados e contas a receber mais altas, o total do balanço aumentou de 38,9 mil milhões de euros no final de 2022 para 39,5 mil milhões de euros a 30 de junho de 2023.
Como resultado, o índice de capital próprio caiu ligeiramente de 22% para 21%. Nos últimos meses, a ZF colocou três obrigações ecológicas para financiamento sustentável, com um volume total de, aproximadamente, 1,7 mil milhões de euros – pela primeira vez também no mercado dos EUA – confirmando o forte posicionamento da ZF nos mercados financeiros internacionais.
“Para gerir a transformação acelerada em tempos de crise, a tarefa mais importante é concentrarmo-nos na mudança”, explicou o CFO, Michael Frick. Para isso, estamos a adaptar estruturas, a acelerar processos, a simplificar os modelos de tomada de decisão e a manter uma rigorosa disciplina de custos. O que nos permite fazer investimentos em tecnologias rentáveis e voltadas para o futuro”, reforçou o responsável.
Parceria com a Foxconn
Com base na sua estratégia de “Mobilidade da Próxima Geração”, a empresa de tecnologia está a desenvolver ainda mais as suas estruturas internas para adaptá-las ainda melhor às exigências do mercado. Para isso, a ZF estabeleceu uma parceria 50:50 para sistemas de chassis de veículos ligeiros com o Hon Hai Technology Group (Foxconn), o maior fabricante de eletrónica do mundo.
“O objetivo da parceria estratégica é desenvolver a unidade de negócios de montagem de sistemas de eixos para automóveis – integrada na ZF Chassis Modules GmbH – e explorar novos grupos de clientes.
A otimização da estrutura corporativa também inclui foco nas principais unidades de negócio. Após a venda da unidade de negócio de tecnologia de aviação no final de 2022, a ZF desfez-se, nos últimos seis meses, das suas ações na ASAP, uma prestadora de serviços de engenharia, e das suas ações na empresa de consultoria Tsetinis, conforme planeado”, explica a empresa, em comunicado.
“Com base na estratégia de mobilidade da próxima geração, a ZF está a juntar as divisões de Tecnologia de Chassis de Automóveis e Sistemas de Segurança Ativa numa nova divisão para tecnologia de chassis, direção e travagem que é única no mercado”, frisa.
E vai mais longe: “A nova Divisão de Soluções de Chassis oferece uma gama completa de hardware, software e eletrónica para dominar a dinãmica vertical, longitudinal e transversal do veículo. Com vendas superiores a 14 mil milhões de euros, será um forte parceiro para os clientes da ZF”. A nova divisão, acrescente-se, será lançada no dia 1 de janeiro de 2024 e será liderada por Peter Holdmann.
A ZF também está a estabelecer, de forma independente, a Divisão de Sistemas de Segurança Passiva para que a unidade de negócio possa crescer mais rapidamente e operar com maior sucesso no mercado.
“Se houver um interesse particular neste segmento atraente com excelentes perspetivas de crescimento, conversaremos com potenciais parceiros sobre a entrada como investidores externos”, explicou Michael Frick.
“Mantemos todas as opções em aberto e visamos um prazo favorável para o mercado de capitais em relação a uma possível transação”, acrescentou o diretor financeiro da ZF.
Conforme planeado, a ZF está a progredir com a cessão da unidade de negócio de shuttles, que foi anunciada no ano passado e que, agora, está em andamento. O negócio com shuttles autónomos e a tecnologia de sistemas associada, distribuídos por várias unidades, é particularmente intensivo em capital. Nesse sentido, a ZF está a agrupá-lo numa unidade independente para se tornar “atraente” para investidores externos.
Pontos de destaque da ZF na IAA
Na sua previsão, o CFO, Michael Frick, também se referiu à presença da ZF na IAA Mobility, em Munique. Para esta feira, a ZF concentrou-se nas tecnologias de mobilidade elétrica e controlo do movimento de veículos.
A ZF estará representada no recinto da feira na capital da Baviera (Pavilhão A2, Stand D40) de 4 a 8 de setembro. A presença da ZF inclui o o concept elétrico EVbeat, projetado para máxima compacidade, baixo peso e máxima eficiência. Além disso, a ZF apresentará, em Munique, as mais recentes tecnologias by-wire da nova Divisão de Soluções de Chassis.
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