O Observador Cetelem começa a divulgar, esta semana, um novo estudo internacional dedicado ao setor automóvel, com o tema “Ter carro, quanto custa?”, que tem por base uma consulta a 16.600 consumidores em 18 países, com o propósito de acompanhar, antecipar e abrir caminho a respostas que se perspetivam ser cruciais para o futuro do setor.
Era dos veículos elétricos?
“À medida que a crise ambiental se torna mais concreta para os cidadãos, tudo parece indicar que chegou o momento dos veículos elétricos”, refere o estudo.
“A proibição de venda de veículos novos a gasóleo e a gasolina a partir de 2035 aponta, igualmente, neste sentido, assim como a antecipação de muitos fabricantes da passagem a uma produção 100% elétrica”, diz.
“No entanto”, salienta, “os dados sobre a propriedade e as dificuldades de compra dos consumidores, agravadas por um período de inflação, demonstram que há ainda um longo caminho a percorrer para esta transição, que terá de ocorrer no curto espaço de tempo de uma década”.
Portugal ainda é dos países europeus com menos elétricos
De acordo com o novo estudo Observador Cetelem Automóvel 2023, “apenas 7% dos condutores portugueses afirmava, no ano passado, ter um híbrido ou elétrico, o que faz de Portugal um dos países europeus com menos proprietários deste tipo de veículos, a seguir à Polónia (3%)”, refere o estudo. É em países como a Noruega (23%), o Japão (23%) e a China (22%) onde se concentra a maior proporção de proprietários de elétricos.
Por outro lado, na África do Sul e no México, estas viaturas são quase inexistentes. “Uma realidade semelhante à do mercado de usados, com apenas 4% dos condutores a afirmar que comprou um veículo em segunda mão híbrido ou elétrico, o que se explica com a chegada recente em maior escala destas viaturas ao mercado”, sublinha.
Preço elevado assusta
Apesar de, no início do ano, segundo a ACAP, se ter verificado uma procura crescente por carros novos 100% elétricos, ultrapassando, pela primeira vez, a fasquia das 2.000 unidades vendidas em três meses consecutivos, é preciso ultrapassar aquele que é entendido como um dos maiores obstáculos à mobilidade elétrica: o elevado custo de aquisição.

“Os dados do estudo do Observador Cetelem Automóvel 2023 corroboram isso mesmo, ao concluírem que o preço elevado deste tipo de veículos já levou muitos condutores (oito em cada 10) a desistirem da compra e a decidirem não comprar uma viatura elétrica devido ao preço elevado, optando, antes, por uma viatura a gasóleo ou a gasolina”, pode ler-se no comunicado.
Portugal é mesmo o segundo país europeu e o terceiro a nível global, em que este critério é tido em conta pela maior parte dos inquiridos. “Esta questão apenas não recolhe a maior parte das opiniões entre os residentes na Noruega (49%) e na China (46%), países onde a maturidade dos automóveis elétricos é mais antiga e firmada”, reforça o mesmo estudo da Cetelem.
Perante este contexto, os consumidores parecem indicar que, para apostarem na mobilidade elétrica, aguardam que as viaturas passem a ser financeiramente acessíveis. “Se tal não ocorrer, poderão estar em causa as metas estabelecidas em todo o continente europeu. Uma mensagem que algumas marcas parecem ter já compreendido, fazendo promessas de viaturas com preços mais baixos nos próximos tempos”, conclui.
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