“Os jovens entre os 18 e os 24 anos estão entre os grupos de alto risco no trânsito há anos”. Esta é uma das principais conclusões do Road Safety Report 2022 da DEKRA, dedicado ao tema “Jovens condutores”.
E as conclusões são preocupantes, uma vez que esta faixa etária tem “um risco significativamente maior de acidentes”, adianta o estudo, que prova que a condição técnica dos veículos continua a ser uma questão importante.
E avança ainda com outros números: “No conjunto da população, Portugal reduziu o número de vítimas mortais em 34% entre 2010 e 2019. No entanto, na faixa etária 18-24 anos, o número de vítimas mortais na estrada teve um decréscimo de apenas 25% no mesmo período de tempo”.
A taxa de sinistralidade comparativamente elevada – em relação à sua percentagem na população total – “deve-se, por um lado, a uma vontade muitas vezes maior de assumir riscos, mas, por outro, também à inexperiência e à capacidade, muitas vezes ainda incompleta, de reconhecer situações perigosas num estágio inicial e reagir apropriadamente”, pode ler-se.
Velocidade excessiva, ultrapassagem descuidada, desrespeito ao direito de passagem, condução distraída, condução alcoolizada: todos os anos, as estatísticas de acidentes de muitos países destacam a suscetibilidade particular de condutores jovens adotarem comportamentos de risco ao volante.
“A falta de experiência no manuseamento de veículos, a avaliação inadequada de riscos e a capacidade ainda pouco desenvolvida de armazenar conhecimento no cérebro sobre as inter-relações do sistema humano-veículo-ambiente são características-chave dos condutores iniciantes”, apontam os especialistas da DEKRA.
A experiência dos condutores desenvolve-se após a obtenção de licença de condução apenas com o tempo e no confronto constante com as várias situações do tráfego rodoviário. “Quatro fatores dominam os acidentes de trânsito envolvendo jovens em muitos países do mundo: a maioria deles são homens, estão na estrada em veículos ligeiros ou motos, estão em alta velocidade e, possivelmente, embriagados”, explica.
“Ainda que o número de utentes das vias entre os 15 e os 24 anos que morrem ou ficam gravemente feridos em acidentes tenha diminuído significativamente em alguns casos nos últimos 10 anos, em relação a um milhão de habitantes nesta faixa etária, os números ainda são, na sua maioria, bem acima da média de outras faixas etárias”, acrescenta a DEKRA.
Veículos usados, condutores jovens
Para demonstrar como é importante que os veículos estejam em boas condições técnicas, a DEKRA realizou vários testes de condução no seu Centro Tecnológico de Lausitzring. Tal demonstrou que o contacto estável entre os pneus e a superfície da estrada em particular – independentemente do clima e das condições do solo – é essencial.
Porque, só assim, é garantido que sistemas de assistência à condução, como ABS ou ESP, possam funcionar de forma eficaz. Uma vez que muitos jovens conduzem, frequentemente, veículos mais velhos, principalmente por razões financeiras, a inspeção técnica do veículo continua a ser um elemento central para a segurança rodoviária.
“A consequência do envelhecimento, desgaste, muitas vezes falta de consciência de defeitos técnicos e economia financeira em reparação e manutenção é a seguinte: os veículos de passageiros mais velhos tendem a ter defeitos significativos com muito mais frequência e, portanto, representam um risco maior de acidentes do que os veículos mais novos”, indicaram os especialistas da DEKRA.
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