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“Fui bate-chapas, durante ano e meio, como castigo por ter chumbado”, conta Paulo Futre à Oficina Vip

Teve o mais icónico Porsche amarelo e um VW Golf GL, vermelho, quando ainda jogava no FC Porto. Paulo Futre, sem filtros, em conversa com a Oficina Vip, no regresso de Madrid, “viagem que o carro faz sozinho”.
Check-up Media Paulo Futre

Não há quem fique indiferente ao seu nome. Em Portugal, em Espanha, em todo o mundo. Paulo Futre. O primeiro jogador luso a ganhar dimensão nos estádios internacionais. O exemplo perfeito de número 10. Um extremo à antiga. Dos eternos. Um destro de nascença, mas dotado do melhor pé esquerdo de todos os relvados.

Futre. Nome imortalizado no Sporting Clube de Portugal, no Futebol Clube do Porto, no Atlético de Madrid, onde continua um “Deus”, no Sport Lisboa e Benfica, no Reggiana, no AC Milan, no West Ham United e até no Yokohama Flügels, clube japonês, onde já afetado por diversas lesões graves, foi ainda grande o suficiente para que os colegas de equipa lhe fizessem vénias no balneário.

Terminada a carreira futebolística, Paulo Futre abraçou o cargo de diretor desportivo no Atlético de Madrid. E, hoje, além de aparições em publicidades – e até numa telenovela – exerce a profissão de comentador desportivo. Sempre com o seu cunho frontal e honesto.

Outra das suas características mais marcantes, é a simpatia. Como a que demonstrou na conversa que teve com a Oficina Vip, durante a viagem de regresso de Madrid a Lisboa, percurso que o “carro já faz sozinho, de tantas vezes lá foi”, brinca Paulo Futre.

A jornada, desta vez, foi feita de Mercedes-AMG, uma “montada” desportiva para poder estar presente em vários eventos na capital espanhola: desde o aniversário de Luís Figo à homenagem a Juan Carlos Arteche, antiga glória do Atlético de Madrid, falecido em meados de 2010.

De VW Golf vermelho… no Porto

Quando se fala sobre os automóveis de Paulo Futre, é impossível não regressar ao mítico Porsche amarelo, ganho quando por ocasião da transferência para o Atlético de Madrid. “No final, acabei a gostar da cor”, conta. “Mas não podia andar na rua com ele em Espanha. Parecia uma nave espacial!”, admite.

Mais tarde, veio a pintá-lo de… vermelho. Um pouco à imagem do primeiro de todos os veículos do seu currículo automobilístico: um VW Golf GL, que detinha quando jogava no FC Porto. De uma cor vermelho sangue. Um certo problema com as cores dos automóveis?

“O presidente Pinto da Costa disse-me logo: Oh Paulinho, não tinhas outra cor?”, conta, entre risos. “Ainda era miúdo, não tinha ideia da rivalidade que havia nas cores e que não podia ter um carro vermelho”, acrescenta.

Mas, como confessa à Oficina Vip, esse não foi o seu automóvel favorito, título que pertenceu ao segundo que teve. “Um Ford RS Turbo. Foi o que me deu mais prazer de ter e de conduzir, em 1985, estava ainda no FC Porto”, revela Futre.

Nos relvados, Futre era uma flecha. Pela esquerda, pela direita e pelo meio. Sempre apontado à baliza. Na estrada, já não é bem assim. “Sou um condutor calmo. Só bati uma vez por trás, nada de especial. Aprendi com o Inácio: quando podes andar, andas. Quando não podes, não andas. Como quando está a chover, por exemplo. Mas ando sempre com cautela ao volante”, garante Futre, que prefere conduzir durante a noite, “quando há menos gente na estrada e podemos acelerar mais um pouco”.

Check-up Media Paulo Futre blue

Como confessa, desde que deixou o mundo do futebol, na qualidade de diretor desportivo do Atlético de Madrid, por volta de 2004, abandonou, também, a sua vaidade automobilística. “Há uma fase em que andamos de braço de fora no carro”. À jogador da bola? “Sim (risos). Não queria dizer, mas essa é a frase perfeita! À jogador da bola. Primeiro, com um Golf, depois já como um craque da bola, à medida que ia tendo melhores carros (risos). Depois passou-me. Deixei-me disso. Não era uma virtude. Era uma loucura”, confidencia.

Já manutenções e revisões é algo que “dribla” sempre que pode. “Não sou um bom conselheiro. E eu que fui bate-chapas – o que é hoje um mecânico – e gostei da experiência”, conta. Como? “Se não tivesse sido futebolista, teria sido mecânico. Tinha muito jeito. Comecei com 13 anos. Chumbei por faltas e o meu pai meteu-me a trabalhar numa oficina de um primo, no Montijo, como castigo. Em vez de ir para as aulas, ia para lá. E, depois, ia para os treinos no Sporting”, recorda.

Futre abraçou, recentemente, o cargo de comentador desportivo na Sport TV. Tarefa mais fácil do que mudar o óleo do carro. “Por uma questão de preguiça”, diz.

Nada como guardar energia para o muito que a vida ainda lhe reserva. Agora ainda com mais força, desde que deixou de fumar, de vez, depois de um susto de saúde. Do coração que sempre aplicou em tudo o que faz. “Deixei os cigarros. É mais uma batalha. Mas o susto está sempre connosco. Estive com o Iker Casillas na festa de anos do Figo e ele, que teve o mesmo que eu, disse-me: ‘Nos primeiros seis meses, estamos sempre com medo’. É verdade. Estamos sempre com medo. Mas estou cada dia melhor”, garante Paulo Futre.

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