Os veículos elétricos, através da produção das respetivas baterias, já consomem mais cobalto do que as restantes indústrias. De acordo com um estudo publicado pelo Cobalt Institute, a procura por este elemento químico, em 2021, registou um aumento “sem precedentes” de 22%, com a indústria automóvel a surgir no topo da lista dos setores que mais depende deste produto essencial em baterias de iões de lítio, à frente dos fabricantes de smartphones.
Segundo o estudo, os números são preocupantes a vários níveis. Desde logo, porque a sua mineração está associada a conflitos armados, mas, também, porque o cobalto é dos componentes mais caros de uma bateria para veículos elétricos.
Nesse sentido, fabricantes de baterias, como a Panasonic e a CATL, mas, também, fabricantes de automóveis, como a Tesla, procuram formas de reduzir a proporção de cobalto utilizado nas baterias ou até de poder abdicar do componente. Uma missão complexa.
Os veículos elétricos consumiram 59 mil toneladas de cobalto. Ou seja, foram responsáveis por 34% do total consumido ao longo do ano passado, esperando-se que represente a metade em 2026.
Mais: o estudo avança que os fabricantes de smartphones consumiram 26 mil toneladas deste mineral usado nas baterias, enquanto os laptops e tablets foram responsáveis por 16 mil toneladas da procura total, que chegou às 175 mil toneladas.
Em 2021, extraíram-se 160 mil toneladas de cobalto, evidenciando que, a cada ano, a procura aumenta. A República Democrática do Congo, onde se concentram as maiores reservas, continuou a ser a maior fonte de abastecimento de cobalto, representando 74% da oferta mundial. A China continua a ser o maior refinador de cobalto do mundo (72% da produção primária total), com a Indonésia a ocupar a segunda posição do ranking.
