Eurol ensina o bê-á-bá dos líquidos de refrigeração

Qual a importância do líquido de refrigeração? Quais as diferenças entre as tecnologias? Que propriedades dispõem? Por que razão já não se escolhe com base na cor? A Eurol responde a tudo.

Os automóveis precisam tanto de líquido de refrigeração como de óleo de motor. Antigamente, era dada atenção à cor do líquido de refrigeração. O que significava que este fluido era escolhido com base nessa particularidade.

No entanto, isso já é coisa do passado. O que faz, de facto, um líquido de refrigeração? Quais as diferenças entre as tecnologias? Que propriedades dispõem? Por que razão já não se escolhe com base na cor? Neste artigo, a Eurol “mergulha” no mundo dos líquidos de refrigeração para automóveis.

“Comecemos com a sua função básica: um líquido de refrigeração, como o próprio nome indica, deve ter um efeito de arrefecimento. Numa situação ideal, toda a energia da queima de combustível seria utilizada para o movimento. No entanto, a maior parte da energia da queima de combustível é convertida em calor”, explica o fabricante dos Países Baixos.

“Mesmo veículos elétricos e híbridos com uma bateria grande libertam muito calor durante a condução (descarregamento) e carregamento. Esses sistemas não funcionam quando sobreaquecem, razão pela qual existe um sistema de refrigeração baseado num líquido de refrigeração ou noutro líquido”, acrescenta.

Além de remover o calor, os líquidos de refrigeração têm outras funções. A saber: fornecer proteção contra congelamento; elevar o ponto de ebulição acima da temperatura de operação do sistema a ser refrigerado; proteger os metais do sistema de refrigeração contra a corrosão; inibir a formação de espuma.

Função primária

“A função primária do fluido, como mencionado anteriormente, é distribuir o excesso de calor e direcioná-lo para o radiador, onde é libertado para o ar exterior. A água é eminentemente adequada para absorver e remover esse calor, mas a desvantagem é que congela a 0°C E ferve a 100°C”, alerta a Eurol.

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“Os minerais e sais presentes na água para beber também têm uma influência negativa sobre os materiais com os quais um líquido de refrigeração entra em contacto. Para contornar esses efeitos negativos da água, utilizamos glicóis como base para refrigerante, geralmente monoetilenoglicol (MEG)”, afirma.

E prossegue: “O monopropilenoglicol (MPG) também é, por vezes, usado como base, mas a sua transferência de calor para motores de combustão revela-se, regra geral, insuficiente. Como o MPG é menos tóxico, esses líquidos prevalecem na indústria alimentícia”.

Segundo diz a Eurol, “a terceira opção são os refrigerantes à base de glicerol, também conhecidos como especificação G13. Embora o glicerol seja mais ecológico do que o MEG, não está prontamente disponível para esta aplicação porque também é uma matéria-prima para cosméticos. O glicerol é um subproduto da produção de biocombustíveis, mas pode, também, ser feito de material vegetal”.

Composição dos fluidos

Um líquido de refrigeração é composto por várias partes. Além do monoetilenoglicol (MEG), são necessários aditivos para dar ao fluido as propriedades desejadas. Referimo-nos aos aditivos MEG+ como “anticongelante” ou “concentrado”. O anticongelante deve ser diluído com água desmineralizada ou amaciada antes de poder ser utilizado num sistema de refrigeração.

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“A água desmineralizada teve minerais como cal e sais removidos. A acumulação de calcário impede a transferência de calor e os sais podem corroer os metais no sistema. Somente após a diluição do anticongelante é que temos um líquido de refrigeração pronto para ser utilizado, também chamado de ‘Ready-Mix’ ou ‘refrigerante’”, dá conta a Eurol.

E vai mais longe: “A quantidade de água desmineralizada utilizada para diluir o anticongelante determina a faixa de temperatura da mistura. Como regra, uma mistura de 50/50 oferece uma proteção contra congelamento não inferior a -36°C”.

De acordo com o fabricante dos Países Baixos, “uma proporção de mistura 40/60 (40% concentrado e 60% água desmineralizada) oferece proteção não inferior a -26°C.

Aliás, concentrações mais elevadas de anticongelante não fornecem uma faixa de temperatura maior nem ‘melhor’. E uma concentração muito baixa de anticongelante, por sua vez, perde as propriedades de prevenção de corrosão”.

Aditivos são necessários

Para dar ao líquido de refrigeração as propriedades desejadas, são necessários aditivos químicos, que são adicionados para evitar a formação de corrosão, cavitação (formação e destruição de pequenas bolhas de ar que podem causar danos na bomba de água, por exemplo), depósitos e lodo (sedimento de material insolúvel), entre outros.

“E para evitar o envenenamento por ingestão do líquido, é sempre adicionado um agente amargo. Significa isto que, no caso de fuga inesperada do fluido, faz com que pessoas e animais não o bebam”.

Outra particularidade: “Podemos dar ao líquido de refrigeração qualquer cor através da adição de um corante. Quer isto dizer que as pessoas já não podem ‘confiar’ na cor do fluido ou no que estavam acostumadas a ver. Por outras palavras, não pode julgar a qualidade pela cor” frisa a Eurol.

Além disso, “existem estabilizadores contra a flacidez (acumulação de depósitos minerais de silicato), dispersantes para garantir a tolerância à água dura, um tampão de pH para manter o nível de acidez e aditivos antiespuma para garantir que o mínimo de ar possível fique retido no líquido durante o bombeamento”, refere.

IAT (Tecnologia de Ácido Inorgânico)

O IAT também é conhecido como o líquido de refrigeração convencional que os consumidores costumavam ter com o curto intervalo de mudança (a cada dois anos), geralmente de cor verde ou azul. Para cumprir os requisitos estabelecidos anteriormente, este líquido de refrigeração contém inibidores inorgânicos (minerais), que consistem em silicatos, nitratos, aminas, fosfatos e/ou boratos.

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“Este fluido funciona deixando para trás o que equivale a uma manta protetora para que o metal não seja danificado. Os inibidores minerais que proporcionam esse efeito são consumidos durante o processo, o que significa que deixa de existir capacidade de reparar danos na manta protetora posteriormente. O que torna o sistema vulnerável”, explica.

A vantagem deste líquido refrigerante é que funciona rapidamente. Ao mesmo tempo, a desvantagem é que o efeito químico desaparece num período de tempo relativamente curto. A manta protetora criada também atua como isolante, limitando, portanto, a transferência de calor até certo ponto.

OAT (Tecnologia de Ácido Orgânico)

Líquido de refrigeração OAT à base de glicol (MEG ou MPG), com inibidores orgânicos, composto de carboxilatos. Contém 0% de inibidores inorgânicos (minerais). “Os inibidores orgânicos são seletivos. Em vez de construir uma manta protetora em todo o sistema como um IAT faz, os inibidores interagem quimicamente apenas nos locais do sistema onde é provável que ocorram danos por corrosão”, diz.

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Portanto, “o consumo de aditivos é muito menor em comparação com um IAT. O intervalo de mudança de um OAT é, portanto, consideravelmente mais longo (long-life). Desvantagem: a proteção é, com exceção, uma reação. Nesse sentido, há sempre algum atraso na proteção, uma vez que a superfície deve começar a corroer primeiro antes que a química comece a funcionar”, dá conta a Eurol.

HOAT (Tecnologia de Ácido Orgânico Híbrido)

Em muitos metais leves, esta pequena forma de corrosão, como ocorre com um OAT, não é desejável. Por isso, foi desenvolvido um fluido híbrido no qual são utilizados ​​inibidores minerais de um IAT e inibidores orgânicos de um OAT.

“A base é um OAT com pequenas quantidades de silicato, borato, molibdato ou nitrato adicionados, dependendo da aplicação. Este líquido de refrigeração combina o efeito de longa duração (OAT) com a proteção rápida (IAT) das duas variantes acima descritas”, frisa.

Lobrid

Os Lobrids são a última geração dos líquidos de refrigeração, em que o efeito híbrido de um HOAT está melhoer alinhado e ajustado para a aplicação. O nível de inibidores minerais é reduzido e mais inibidores orgânicos têm sido utilizados.

“Daí o nome combinando baixo e híbrido. Os inibidores minerais usados ​​são frequentemente incluídos no nome. Por exemplo: Si-OAT e P-OAT (silicato ou fosfato OAT) ou uma combinação dos dois: PSi-OAT”, diz a Eurol.

Eurol Oil Advisor

Por que razão são precisos tantos líquidos de refrigeração diferentes? “Em teoria, a solução ideal seria utilizar o fluido de longa duração com maior proteção para todos os sistemas de refrigeração, mas, infelizmente, a prática demonstra o contrário” alerta a Eurol.

Existem muitos OEM (marcas de automóveis) com visões distintas sobre os seus motores e os materiais utilizados. Os requisitos que os OEM definem para um fluido aprovado são, regra geral, definidos numa especificação para que o fluido necessário cumpra uma das tecnologias acima referidas”, conta a Eurol.

E conclui: “Por esta razão, consulte sempre o Eurol Oil Advisor. Esta ferramenta irá ajudá-lo a fazer a escolha certa do fluido ou líquido de refrigeração correto em função da aplicação”.

Mais sobre a Eurol aqui.

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