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Ernst Prost: o “eterno” diretor da LIQUI MOLY

Da entrada para responsável de marketing e vendas à ajuda humanitária à Ucrânia. Ernst Prost ficará para sempre ligado à LIQUI MOLY. Nesta viagem no tempo, recordamos a história do homem que a escreveu.

Há homens que passam à história. E há outros que a escrevem. Como Ernst Prost, ex-diretor da LIQUI MOLY desde o passado dia 22 de fevereiro, uma vez que tomou a decisão de reformar-se aos 65 anos. A sua história funde-se com a da marca alemã especialista em óleos para motores e aditivos.

O percurso de Ernst Prost na LIQUI MOLY remonta a 1 de outubro de 1990, quando se mudou, juntamente com Günter Hiermaier, de um fabricante de produtos de manutenção para automóveis, situado junto ao Danúbio, para uma empresa de Ulm, que, na altura, era de pequena dimensão.

Enquanto Ernst Prost começou como diretor de marketing e vendas, Günter Hiermaier foi contratado para o cargo de diretor de vendas do comércio especializado para o mercado alemão. “Durante mais de 30 anos, ele foi meu aprendiz, nome que, na altura, se dava aos formandos. Nós só existíamos juntos”, recorda o agora ex-diretor. Não sem antes frisar que, “o campo está lavrado”. E que, “nos últimos 31 anos, cultivámos intensamente a empresa e o setor”.

A história encarregou-se de demonstrar que existe um antes e um depois da chegada de Ernst Prost à LIQUI MOLY. Como, aliás, a própria faz questão de afirmar: “Quando Ernst Prost entrou pelos ‘pavilhões sagrados’ de Jerg-Wieland-Strasse, a 1 de outubro de 1990, poucos nos conheciam. Enquanto pequeno fabricante de aditivos, nessa época as nossas vendas anuais situavam-se ligeiramente acima dos 30 milhões de marcos alemães”.

Homem do leme

Juntamente com Günter Hiermaier, Ernst Prost definiu o tom e marcou o ritmo. “Na qualidade de diretor de marketing e vendas, demonstrou ter coragem e ambição na altura certa ao adquirir quotas da LIQUI MOLY. Se não fosse ele, provavelmente a nossa empresa não existiria hoje”, enfatiza a marca alemã.

“O que fizemos nessa época foi, simplesmente, uma loucura. Ninguém conhecia a LIQUI MOLY e nem tão-pouco tínhamos o futuro garantido com o MoS2 e uns quantos outros aditivos”, recorda Ernst Prost, já com um certo saudosismo, próprio da relação duradoura e itensa que teve com a “sua” LIQUI MOLY durante mais de três décadas.

Check-up Media Ernst Prost on bike

E a verdade é que a história de sucesso começou com ele. Não apenas pessoal, de mecânico a responsável de uma empresa, como, também, profissional, uma vez que a LIQUI MOLY tornou-se numa marca mundialmente famosa de óleos para motores e aditivos.

O agora ex-diretor sempre trabalhou arduamente, nunca lhe faltando energia para tal. Investiu no seu próprio negócio da venda de piscinas, encarregando-se a empresa que tinha de todas as fases, desde o projeto à instalação. “Foi o dinheiro que ganhei com essa atividade que me permitiu comprar quotas da empresa junto da família fundadora”, revela.

E nunca se arrependeu. Bem pelo contrário. “Olhando para trás, foi, provavelmente, o passo mais importante que dei na vida. De repente, fiquei responsável de mim próprio, quando, durante anos, tinha sido diretor de vendas, o que é diferente de ser timoneiro”, confidencia.

Ernst Prost desde cedo percebeu que seria difícil à LIQUI MOLY sobreviver apenas com aditivos. Precisava de algo maior. Mas a entrada no negócio de lubrificantes foi tudo menos fácil. “De repente, estávamos a concorrer com as maiores empresas mundiais. O que, por vezes, nos deixava apreensivos”, afirma. A parceria com o fabricante de óleos Meguin deu uma reviravolta ao negócio e permitiu à LIQUI MOLY entrar na área dos lubrificantes.

Check-up Media Ernst Prost cars

O complexo industrial onde eram produzidos os aditivos cresceu para se tornar numa unidade de produção de óleos, que passou a ser conhecida pelas inúmeras e corajosas atividades de marketing e de patrocínios.

A crescente qualidade dos seus produtos rapidamente trouxe a reputação “Made in Germany” à LIQUI MOLY, que atestava o nível elevado daquilo que fabricava, num segmento onde tinha entrado há pouco tempo.

Em 2006, a Meguin passou a ser subsidiária a 100% da LIQUI MOLY, levando a simbiose a outro nível, uma vez que marcou o passo decisivo para que a marca de Ulm se tornasse fabricante independente de óleos de motor.

Os avultados investimentos catapultaram a unidade de produção de óleos minerais de Saarlouis para a era tecnológica. Em 2017, Ernst Prost vendeu as suas participações ao Grupo Würth, mas manteve-se como diretor executivo.

Exemplo de liderança

O investimento sempre foi uma das prioridades para Ernst Prost. Não apenas na produção, mas, acima de tudo, no reconhecimento da marca. “Se vais fazer algo que, em teoria, qualquer um consegue, então tens de fazê-lo melhor e tornar-te sobejamente conhecido acima de tudo”, refere o agora ex-diretor. Um conceito que foi posto à prova na crise financeira de 2008.

“Nessa altura, as coisas estavam bastante sombrias. Mas enterrar a cabeça na areia não era opção. O ataque é a melhor defesa”, assegura Ernst Prost, que, em 2010, decidiu fazer o primeiro anúncio televisivo publicitário da história da empresa.

Graças ao anúncio por ele criado, conquistou não só o coração do público fora das fronteiras da Alemanha, como ganhou, também, o prestigiado prémio publicitário EFFIE de prata na categoria “Setor Automóvel”. Seguiram-se, então, inúmeros prémios e distinções, nomeadamente pela sua responsabilidade social e pelo tipo de gestão empresarial que escolheu.

Check-up Media Ernst Prost scream
Check-up Media Ernst Prost production
Check-up Media Ernst Prost castle
Check-up Media Ernst Prost bike
Check-up Media Ernst Prost persons

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Recusou sempre apoios estatais e lay-offs, defendendo que “é a economia que tem de servir as pessoas e não o inverso”, sem deixar de referir que “as companhias saudáveis têm, obviamente, de dar lucro”.

Quando Ernst Prost entrou para a LIQUI MOLY, há mais de 31 anos, a empresa tinha cerca de 12 colaboradores. Em 2010, no final da crise económica e financeira, a força de trabalho era de cerca de 500 pessoas. Nunca ninguém foi colocado “fora do barco” por causa de uma crise. Assim foi em 2008 e o mesmo aconteceu em 2020, quando o mundo se viu a braços com uma pandemia que ainda não terminou.

Desde a crise de 2008, não apenas o volume de negócios da LIQUI MOLY triplicou, para os 733 milhões de euros, como a equipa passou a ter o dobro dos colaboradores. No final de 2021, eram 1.008 as pessoas que trabalhavam para a marca alemã, que comercializa os seus produtos em 150 países.

Ernst Prost defendeu sempre a “sua LIQUI MOLY” e os seus colaboradores. E não se coibiu de tomar posição contra o domínio do setor financeiro e a favor de impostos mais altos para os ricos e do salário mínimo. Despertou, assim, o interesse junto dos meios de comunicação social, que se mantém até hoje.

Deu entrevistas em publicações impressas, na rádio e na televisão. Segundo a revista Spiegel, chegou, inclusivamente, a ser “o empresário com mais presenças em talk shows alemães”, em 2011. E, como empresário, Ernst Prost não é um homem de palavras, mas sim de ações. Fundou, ao todo, três fundações sem fins lucrativos com o seu património pessoal.

Em várias ocasiões, deu prémios monetários a todos os colaboradores (inclusive em plena pandemia), tendo o último (€2.222), anunciado por email no dia 22/02/2022, às 22h22, sido, porventura, o mais emblemático, até por ter sido atribuído no último dia de trabalho do “eterno” diretor da LIQUI MOLY.

Check-up Media LIQUI MOLY Ernst Prost

“Pessoas pela Paz, Paz para as Pessoas”

Já depois da sua saída, a Rússia invadiu a Ucrânia. A LIQUI MOLY não ficou indiferente aos difíceis dias vividos pelos ucranianos. Nem tão-pouco Ernst Prost, que, em conjunto com parceiros de negócio de todo o mundo, está a organizar entregas de material de ajuda na zona de guerra.

Até porque esta também afeta a LIQUI MOLY. “Podemos esquecer o negócio na Rússia”, afirma Ernst Prost, que, por causa do conflito, conta com cerca de 40 milhões de euros de perda de receitas no exercício em curso e com vários milhões de euros de incumprimentos de pagamento por encomendas em aberto.

“Com as receitas angariadas através dos donativos, compramos material de primeiros socorros, medicamentos, equipamento médico, alimentos e muitos outros bens que sejam necessários”, afirma Ernst Prost, descrevendo o seu projeto.

Check-up Media Ernst Prost foundation

A Fundação Ernst Prost “Pessoas pela Paz, Paz para as Pessoas” e a companheira de vida do ex-diretor e gerente da fundação, Kerstin Thiele, estão a trabalhar 24 horas por dia no projeto e a comprar material de ajuda.

Os interessados podem fazer parte deste causa através de um donativo à Fundação Ernst Prost. Cada euro será usado no projeto. É possível aceder à página de donativos “Entrega de material de ajuda à Ucrânia”, em https://www.betterplace.me/hilfsmittel-ukraine/.

Quem preferir, também pode doar diretamente através do formulário de donativo da Fundação Ernst Prost, de modo a diminuir os efeitos da grave crise humanitária que o povo ucraniano enfrenta.

Na hora da despedida, Ernst Prost revela que “foram anos difíceis, mas gratificantes”. E abre o coração: “O trabalho é o meu elixir e a LIQUI MOLY a obra da minha vida. Sei que a empresa estará nas melhores mãos, com o meu amigo Günter Hiermaier e a sua equipa”.

E conclui: “A vida é finita. E é, por isso, que aguardo com expectativa uma parte da vida que dê liberdade em vez de ser cronometrada de forma minuciosa e controlada pelos outros”.

Agora, terá mais tempo para uma das suas paixões: as motos. Já a marca alemã, continuará o seu legado. Até porque Ernst Prost é LIQUI MOLY e LIQUI MOLY é Ernst Prost.

Mais sobre a LIQUI MOLY aqui.

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