SocTalks: transporte rodoviário em “estrada” com desafios no horizonte

A Soc. Com. C. Santos promoveu, no dia 10 de fevereiro, uma conversa digital sobre o presente e o futuro dos transportes rodoviários de mercadorias.

“O presente e o futuro dos transportes rodoviários de mercadorias”. Foi este o tema da conversa digital, promovida pela Soc. Com. C. Santos, no passado dia 10 de fevereiro, que poderá ver aqui.

Com transmissão em direto nas redes sociais do concessionário Mercedes-Benz Trucks, a mais recente edição das SocTalks reuniu representantes de um setor que passa por várias mudanças. Tecnologia, custos e contratação de motoristas são os grandes desafios.

Dedicada ao tema “Transporte rodoviário de mercadorias: presente e futuro”, a conversa contou com a participação de Cristiana Maia (administradora da Transmaia), Joaquim Tavares (diretor financeiro da Transportes Figueiredo) e Ivo Pedro (chefe de vendas Mercedes-Benz Trucks da Soc. Com. C. Santos).

A conversa foi moderada por Carlos Moura, jornalista da revista Turbo e representante português no júri dos prémios International Van of the Year (Comercial Internacional do Ano) e do International Pick-Up Award (Pick-up Internacional do Ano).

Pressão inflacionista

Cristiana Maia salientou que 2020 e 2021 “foram anos muito desafiantes”, que trouxeram problemáticas e desafios com os quais os operadores não contavam e que “vão mudar a forma” como o setor vai desenvolver-se.

“O transporte evoluiu muitos nos últimos anos em termos tecnológicos. Claramente, fazer um transporte já é muito mais do que ‘fazer’ um camião e transportá-lo até ao cliente”, disse.

A administradora da Transmaia afirmou que o setor do transporte rodoviário sofreu “impactos consideráveis”. Pelo aumento dos custos dos combustíveis, mas, também, pelas infraestruturas, das portagens, da necessidade de retirarmos os camiões das principais vias de acesso às cidades. “São grandes desafios que se colocam”, frisou.

Check-up Media Soc. Com. C. Santos SocTalks

“E não há grandes alternativas, porque a eletricidade e o gás também estão caros. Associado a isto, temos outros custos: os equipamentos estão a subir entre 15% a 20%, pneus também… Portanto, estamos num contexto muito difícil, dado que as empresas de transportes são as primeiras a receber esses impactos”, referiu.

Quanto a outros fatores da atratividade para a profissão, a mesma fonte realça a necessidade de “uma formação mais profissionalizante” e de haver mais atenção “aos custos de entrada”. Depois, “os custos de manutenção, como, por exemplo, a renovação do CAP, já são, por norma, as empresas que asseguram”. Por outro lado, o diretor financeiro da Transportes Álvaro Figueiredo realça que a profissão é mais bem paga do que outras.

Camiões autónomos ainda distantes

Uma das vias apontadas pelos especialistas para, no futuro, reduzir as dificuldades de recrutamento de motoristas será o transporte em camiões autónomos e o platooning (comboios de veículos que circulam juntos e coordenados para reduzirem a resistência aerodinâmica).

Joaquim Tavares vê essas tecnologias como um complemento possível no futuro, mas avisa que ainda são algo de longínquo. “Mas são soluções que deverão ser desenvolvidas”, disse. Cristiana Maia está de acordo. “Tanto a condução autónoma como o platooning obrigarão a mudanças nas estradas portuguesas”, frisou.

 

Check-up Media Transmaia

“Talvez uma solução possa ser a criação de corredores específicos. Contudo, tenho dúvidas de que o motorista deixe de ser necessário, não obstante o desenvolvimento dessas soluções possa ser importante, assim haja apoios ao setor”, desabafou.

O chefe de vendas Mercedes-Benz Trucks da Soc. Com. C. Santos destacou que marcas oferecem cada vez melhores soluções aos clientes, tanto em termos tecnológicos como de eficiência energética. “No caso da Mercedes-Benz Trucks, por exemplo, os tratores de (transporte) internacional sairão de fábrica, a partir de outubro, com atualizações a nível de cadeia cinemática que farão com que haja até 4% de poupança de consumo de combustível”, revelou.

Ivo Pedro salientou que, além disso, as marcas estão a fazer uma aposta na conectividade, “não só em termos de monitorização das viaturas por parte dos clientes, mas, também, ao nível de obtenção de informação para montar planos de ação a nível de motoristas, pneus e vários outros fatores que podem influenciar a rentabilidade do transporte”.

Isto além da eletrificação, que está a levar à procura de alternativas aos combustíveis fósseis. “Esta é uma parte mais difícil, que tem custos elevados, dado que essas novas tecnologias são caras de desenvolver, mas tem de ser feito. No caso da Mercedes-Benz Trucks, tem em desenvolvimento um camião a hidrogénio e em testes um camião de distribuição elétrico a bateria”, partilhou.

Também do ponto de vista da facilidade de utilização dos veículos, os construtores estão a fazer o seu caminho, de acordo com o responsável de vendas Mercedes-Benz Trucks da Soc. Com. C. Santos.

“Nos nossos modelos, por exemplo, em muitos cenários de condução, basta colocar o cruise control a 90 km/h e o próprio veículo ‘sabe’ que daí a 1 km há uma subida e faz a melhor gestão possível da circulação”, exemplifica Ivo Pedro, antes de clarificar que “no que as marcas não podem fazer muito” é no acesso à atividade e que vai muito para aém da carta de pesados, obrigando a ter outras formações e licenças”.

Mais sobre a Soc. Com. C. Santos aqui.

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