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“Sempre que a minha mãe precisava de desanuviar, conduzia sem destino. Faço o mesmo”, Raquel Bulha

É dela a voz que preenche os “vazios” entre os programas da SIC. Uma companhia diária que gosta de tocar no coração das pessoas através da palavra dita.
Check-up Media Raquel Bulha

É uma das vozes mais conhecidas da SIC, onde é locutora de continuidade desde 2016, cargo que abraçou depois de uma longa carreira na rádio, na Antena 1 e 3, onde coapresentou, durante muitos anos, o programa “A Hora do Sexo”, com o psicólogo Quintino Aires.

Tudo o que Raquel Bulha, a nossa convidada da Oficina Vip, mais procura na sua profissão é “tocar no coração das pessoas”. Seja através das aulas de voz que dá na escola TIMBRE, que fundou há pouco mais de um ano, seja na companhia que faz a todos os portugueses que a ouvem, todos os dias, em casa, sobretudo, num dos períodos mais complicados da nossa existência, preenchendo os vazios entre a programação, desde manhã até ao fim do dia.

Mas como tem Raquel Bulha, esta voz companheira de todos os lares, lidado ela própria com esta crise? “A pandemia foi/é uma grande merda, essa é que é essa”, começa por admitir, sem rodeios. “Não ter liberdade de abraçar ou apenas estar com alguém é das privações mais desconcertantes da vida”, desabafa.

“Analisando bem, a minha rotina não alterou assim tanto, porque continuei a trabalhar in loco e a beijar e a abraçar os meus filhos. Confesso que esta última situação foi amplamente exagerada para compensar todos os abraços e beijos que estou privada de dar”, acrescenta a locutora da SIC.

Para passar o tempo? “Não fiz pão, continuei a cozinhar muito e a fazer da minha varanda de 3 m2 o meu escape com o mundo e a natureza. E, nada deprimida, vi séries da Netflix, HBO e Disney de forma regular e, muitas vezes, compulsiva”, garante Raquel Bulha à Oficina Vip.

 

Raquel Bulha Oficina VIP LIQUI MOLY B&W

“Fui atrás da voz”

Depois de tantos anos de experiência de rádio, importa questionar: no princípio de tudo já era a voz? “Na realidade, eu queria ser antropóloga, mas a voz meteu-se no percurso e fui atrás dela. Desde há uns anos, é ela que me paga as contas e, como se não bastasse, a rádio, para além de todo o amor, encantamento e aprendizagem que lhe devo, fez com que experimentasse formar-me e dar formação na área da voz e comunicação”, revela.

E acrescenta: “O resultado de tudo isto chegou em início de pandemia quando abro a formação TIMBRE. Tenho feito umas coisas ao sabor do confinamento e desconfinamento”.

Sobre o programa diário que teve na rádio, recorda-o como um tempo de “descoberta e aprendizagem”, tal como foi “o Planeta 3 – programa da chamada Música do Mundo – mais antigo ainda do que ‘A Hora do Sexo’, mas igualmente incrível, tal como foram tantos outros programas que realizei na Antena 3 e Antena 1, durante os 17 anos de casa RTP”, diz.

“Mas é claro que, tal como os filhos, há sempre um ou uns que marcam e, sem dúvida, a ‘Hora do Sexo’ encheu-me de alegria, muito por culpa do Quintino Aires. Foi ele que me mostrou que se pode falar de coisas ‘menos comuns’ da forma mais simples e genuína. E a partir daí, tirar a maior satisfação e sentir o retorno dos ouvintes. Respondendo diretamente, vejo esse tempo como descoberta magnífica, divertida e, ainda hoje, só me apetece agradecer”, adianta Raquel Bullha.


Há cinco anos abraçou a SIC, emprestando-lhe, mais uma vez a voz.  “Já sabes, não é? Adoro abraços e a SIC acho que gosta de ser abraçada por mim. Quanto à voz, alugo-a ou dou, não faço a coisa por empréstimos (risos).

A casa SIC tem uma energia especial e gosto muito das pessoas com as quais fui trabalhar. Aceitaram a primeira voz feminina de continuidade com carinho e humor, o que, para mim, é uma benção.

A ideia, penso que do Emídio Rangel, foi dar aos espetadores uma voz de continuidade que os acompanhasse ao longo da emissão como se fosse rádio e dividida por três pessoas, eu, o Jorge e o José e fazemos isso mesmo, uma espécie de rádio em direto na televisão”.

Sempre a rádio

Raquel Bulha garante que prefere conduzir, “muito mais”, do que chamar um Uber. Conduz um Mercedes-Benz Classe A (kit AMG) e, se fosse possível, um dia, gostaria de meter as mãos num volante de um “camião. Para ver como era…

Até esse convite chegar, vai zelando pela saúde do seu automóvel. “Gosto de tê-lo cheiroso mas não exagero no aprumo. Revisões, só fiz ainda duas e não tenho de lembrar-me, ‘a’ Mercedes avisa”, explica à Oficina Vip.

Raquel Bulha Oficina VIP LIQUI MOLY B&W profile

“Confesso que levei um tempo a habituar-me. Por ser AMG, é muito baixo (só escolhi este kit porque as jantes e outros pormenores fazem dele um carro bem mais bonito) tenho de ter muuuito cuidadinho quando o piso tem buracos ou alguma lomba imprevista”, acrescenta.

Que ninguém pense que Raquel Bulha não sabe verificar o óleo ou mudar um pneu. “Sei, mas não preciso, o meu ‘falecido’ Audi A2, que ainda hoje adoro, não precisava tirar o capot para ver o óleo e ligava uma #cena que injetava ar no pneu até chegar à oficina. Neste, ainda não experimentei, mas tão caros que são, nem me atrevo a mexer-lhes, chamo quem saiba da assistência em viagem”.

Com tantos anos de rádio, será que ainda gosta de a sintonizar em viagem? “Rádio, sempre”, afirma.

E sustenta: “Radar, Vodafone, Antena 3, TSF, RDP África, algumas vezes Cidade ou Comercial, quando estou com os meus filhos e Renascença para ouvir tantos dos amigos que por lá tenho”.

“Adoro conduzir, quando sou conduzida é para dormir. Como gosto tanto, confio que a outra pessoa goste também. Associo sempre a este gosto por conduzir à minha mãe”, revela.

“Normalmente, as mães das minhas amigas conduziam pouco ou gostavam mais de ser conduzidas. No caso da minha mãe, ela conta que quando estava realmente p´los cabelos com tanto filho em casa e precisava de desanuviar, o melhor que podia fazer era entrar no seu Citroën Boca de Sapo e conduzir sem destino.

Esta história agradava-me tanto e transmitia uma sensação de tranquilidade e bem-estar que, quando cresci, também quis experimentar! Resulta mesmo”, assegura.



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