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“Continuar a crescer e ‘ser a primeira escolha’ é a nossa visão”, assegura André Castro Pinheiro

Da adrenalina das corridas de clássicos para o conforto do gabinete. O diretor da Divisão Automóvel da FUCHS Lubrificantes despiu o fato de piloto e revelou-nos o plano estratégico que a marca alemã tem em curso até 2025.

Depois de, em janeiro, termos ficado a conhecer, por dentro e por fora, a marca alemã, numa entrevista feita em co-drive a bordo do Jaguar XJS V12 de 1981 (pode ser lida na íntegra aqui), com o qual o diretor da Divisão Automóvel da FUCHS Lubrificantes alinha nas corridas de clássicos do Group 1 Portugal, agora trocámos a adrenalina dos circuitos de velocidade pelo conforto do gabinete com ar condicionado.

André Castro Pinheiro, de 48 anos, natural do Porto, é, desde setembro de 2019, diretor da Divisão Automóvel da FUCHS Lubrificantes, filial portuguesa do grupo alemão presidido por Stefan Fuchs. Licenciado em Engenharia Mecânica, inclui no seu currículo um MBA pela Porto Business School e uma pós-graduação em Finanças pelo INSEAD em Fontainebleau.

Nesta entrevista, em ritmo menos acelerado, o diretor da Divisão Automóvel da FUCHS Lubrificantes despiu o fato de piloto e revelou-nos o plano estratégico que a marca alemã tem em curso até 2025.

A estratégia FUCHS2025, que já está em curso, foi delineada para preparar o futuro da empresa. Em que consiste?

Não só o mercado automóvel, mas todos os processos industriais, vão sofrer uma mudança brutal nos próximos 10 a 15 anos.

A FUCHS, apesar de ser uma marca que comemora, em 2021, os 90 anos, vividos de forma muito sólida e sempre estruturada no seu know-how, na sua tecnologia e no seu desenvolvimento, é uma empresa completamente focada no futuro.

Atualmente, está num processo estratégico chamado FUCHS2025, que define o rumo da FUCHS a longo prazo, nomeadamente até 2025.

FUCHS building

Neste momento, já sabemos onde queremos estar daqui a cinco anos e quais são os principais objetivos a atingir. A estratégia assenta em seis pilares: força global; foco nos clientes e no mercado; sustentabilidade; liderança tecnológica; excelência operacional; pessoas e organização.

Como exemplo, pegando no pilar da sustentabilidade, em 2020 a FUCHS foi já neutra em CO2 na sua produção – “Gate to Gate” –, mas quer ir mais longe: “Do berço ao cliente”, ou seja, desde que nascem as nossas matérias-primas até ao consumidor final que utiliza os nossos produtos.

E isto é típico de uma empresa familiar alemã com grande dimensão: o pensamento a longo prazo. De uma forma muito pragmática, vamos socorrendo-nos da nossa história para desenvolver novas abordagens e prepararmos o futuro.

Tudo para chegar a um objetivo que está definido. A estratégia FUCHS2025 começou a ser pensada entre 2018 e 2019, que foram os melhores anos da FUCHS. É quando o negócio está a correr bem que definimos como queremos crescer, não quando começa a correr mal ou a meio de uma crise.

André Castro Pinheiro FUCHS engine

Uma das estruturas que se criaram, da qual eu faço parte, permite autonomizar o mercado do aftermarket automóvel. A função de diretor da Divisão Automóvel não existia antes de eu chegar. Atualmente, há um responsável global na FUCHS, que reporta diretamente ao presidente do grupo, que se encarrega do desenvolvimento do negócio aftermarket no mundo inteiro.

Como olha a FUCHS para a crescente eletrificação do automóvel?

Temos de separar esta questão em duas perspetivas. A primeira é enquanto FUCHS, fabricante de lubrificantes. E, aqui, há um desafio que está a ser já uma oportunidade.

Os automóveis 100% elétricos saem das fábricas, é certo, com muito menos lubrificante do que os veículos equipados com motores de combustão.

Contudo, os veículos 100% elétricos têm mais lubrificantes especializados (estando a FUCHS a desenvolvê-los), como, por exemplo, os que se destinam ao arrefecimento de baterias. E esses lubrificantes são mais técnicos e de maior valor do que os óleos de motor para veículos de combustão.

Claro que no primeiro enchimento (first fill) haverá impacto, um dia que a produção de veículos seja, maioritariamente, elétrica, se lá chegarmos, mas o negócio poderá ser compensado pelos tais lubrificantes específicos e de maior valor, concebidos para os veículos movidos apenas a eletricidade.

A segunda perspetiva, a do aftermarket, já é diferente, porque não se prevê a substituição regular destes lubrificantes, durante a vida útil de um veículo elétrico. Ou seja, o consumo de lubrificantes vai diminuir, assim como o consumo de materiais de desgaste e o movimento oficinal em geral.

Agora, o incremento do peso dos veículos 100% elétricos no parque automóvel nacional será muito gradual. Para mais, o facto de Portugal ter um dos parques circulantes mais envelhecidos da Europa atrasa a sua renovação.

Acredito que só a partir de 2030 é que se comece a verificar uma tendência decrescente do aftermarket em geral, em linha com a menor utilização de lubrificantes.

O que podemos esperar da FUCHS em 2021?

Em 2021, celebram-se os 90 anos da FUCHS. Continuar a crescer e “ser a primeira escolha” é a nossa visão, que foi assumida por todos e é orientador de tudo o que fazemos.

FUCHS tambores

Este ano, trouxe consigo muitos desafios a nível de matérias-primas, a juntar aos efeitos da pandemia que ainda se vão fazer sentir, o que nos obriga a sermos mais exigentes e determinados na nossa ação.

Em 2021, a FUCHS vai apostar, fortemente, nos canais onde quer estar: oficinas, empresas com frotas e clientes específicos com elevado grau de profissionalização. Os catálogos específicos para oficinas, transportadores e agricultura, que lançámos recentemente, são o melhor exemplo disso.

 


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