5 formas como Trump pode prejudicar aftermarket automóvel nacional

Com Donald Trump na Casa Branca, tarifas, barreiras comerciais e desregulação ambiental podem afetar o mercado de pós-venda automóvel português.
Check-up Media Donald Trump

Donald Trump foi reeleito presidente dos EUA, marcando um regresso ao cargo que parecia, num passado recente, “impossível”. Com Trump na Casa Branca, assiste-se a um regresso de políticas protecionistas e desreguladoras, poderão ter um impacto profundo em diversos setores, incluindo o aftermarket automóvel.

O mercado de reposição automóvel – que engloba peças, acessórios, serviços de manutenção e personalização – depende fortemente do comércio internacional e da estabilidade económica.

Durante o seu primeiro mandato, Trump impôs tarifas sobre importações, dificultou relações comerciais e reduziu regulamentações ambientais, medidas que afetaram, diretamente, o setor.

Agora, com um segundo mandato, há sinais de que essas políticas poderão ser reforçadas, o que, a confirmar-se, levarão a um aumento nos custos das peças, dificuldades na cadeia de abastecimento e menos incentivos para inovação. No quadro abaixo, estão cinco formas de como a reeleição de Trump pode prejudicar o aftermarket automóvel nacional.

Trump já defendeu, publicamente, o aumento de tarifas sobre produtos chineses e mexicanos, grandes fornecedores de peças para automóveis. Se essas tarifas forem aplicadas, os preços das peças de reposição vão subir significativamente, tornando reparações e personalizações mais caras.

Oficinas, retalhistas e distribuidores nacionais podem enfrentar dificuldades para manter os seus stocks e oferecer preços competitivos. Além disso, a procura por peças de qualidade inferior pode crescer, o que tende a comprometer a segurança e o desempenho dos veículos.

O aftermarket automóvel depende de um fluxo constante de importações de peças de diferentes países. Se Trump endurecer a relação comercial com a China, o México e outros parceiros, os tempos de entrega podem aumentar, levando a atrasos nas reparações e encarecendo os produtos finais.

A guerra comercial com a China, no seu primeiro mandato, já tinha causado impacto no setor e um novo ciclo de restrições pode resultar em escassez de componentes essenciais, afetando desde pequenos negócios até grandes distribuidores.

Trump tem um histórico de “flexibilizar” regulamentações ambientais, e a sua reeleição pode significar menos incentivos para peças de reposição voltadas para a eficiência energética e redução de emissões.

Componentes como filtros de partículas, catalisadores e sistemas de escape avançados podem perder relevância no mercado, à medida que os padrões ambientais forem reduzidos. O que pode desmotivar consumidores a investirem em tecnologias mais limpas e comprometer o avanço da indústria rumo a um setor mais sustentável.

Trump sempre favoreceu a indústria petrolífera e pode dificultar a expansão dos veículos elétricos nos EUA. Com menos incentivos para a eletrificação das frotas, o aftermarket pode sofrer um atraso na adaptação a novas tecnologias, como baterias, motores elétricos e software automóvel avançado.

O que significa menos oportunidades para oficinas e fornecedores, que já estavam a preparar-se para a nova era da mobilidade, podendo desacelerar a evolução do mercado de reposição.

A política económica de Trump pode levar a um cenário de inflação elevada e instabilidade financeira, tendo impacto no poder de compra dos consumidores.

Se os preços aumentarem e a economia desacelerar, os condutores podem adiar reparações e manutenções, afetando, diretamente, o volume de negócios das oficinas e fornecedores de peças.

Além disso, pequenos negócios do setor, que operam com margens reduzidas, podem ter dificuldades em sobreviver num mercado com custos mais elevados e menor procura.

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